Publicada Sexta-feira, 30/05/2008
Pesquisa
Pesquisa mostra perfil dos Comerciários
O Sindicato dos Comerciários de Teresina iniciou este mês campanha salarial com a divulgação de uma pesquisa sobre o Perfil dos Comerciários de Teresina.

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A cada dois anos o sindicato realiza uma pesquisa com a categoria com o objetivo de acompanhar as mudanças, problemas e desafios pelos quais passam os trabalhadores no comércio de Teresina e nortear as ações do sindicato para lutar pelos anseios dos comerciários/as, explicou Gilberto Paixão, secretário geral do Sindicato dos Comerciários e 1° Secretário da Contracs/CUT.

A campanha salarial de 2008 luta, entre outros pontos, por reajuste salarial do piso para R$ 600,00, pelo fechamento do comércio aos domingos e pela redução da jornada no B-R-O-BRÓ (meses de setembro e outubro em que o calor após às 13 horas fica insuportável) para 6 horas diárias.

 “Estamos marcando as primeiras mesas de negociações com o setor patronal e acreditamos no fechamento da Convenção, porque o momento é favorável, uma vez que a economia está crescendo, o governo deu um reajuste do salário mínimo de 16% e as vendas do comércio em Teresina bateram recordes”, disse o dirigente.

Pesquisa

A pesquisa sobre o perfil dos comerciários/as de Teresina foi realizada pelo Instituto Piauiense de Opinião Pública (IPOP), entre os dias 10 e 23 abril, com entrevista do tipo face a face com o comerciário/a, no local de trabalho e apresenta os principais problemas enfrentados pela categoria.

 

Os principais pontos revelados pela pesquisa são:

  • Em linhas gerais os bens mais presentes nas residências dos trabalhadores comerciários são: Geladeira 98,67%; Televisão 98%; Aparelho de Som  79,67%; Celular 89,67%. E os menos presentes: Freezer 15,67%; Computador 27,33%; Microondas 20%; Máquina de Lavar 25,67%;


  •  31% possuem plano de saúde contra 69% que não possuem;


  •  86,09% não recebem auxílio educação;


  •  O meio de transporte preponderante na categoria comerciária continua sendo o transporte coletivo (ônibus) 50%. Porém, se somados o número de trabalhadores que se deslocam para o trabalho a pé (9,67%) com o número de trabalhadores que utilizam bicicleta (9,67%), chega-se a 19,34% de trabalhadores que estão sujeitos à violência, como assaltos e atropelamentos, por conta de sucessivas políticas de corte dos vales-transportes;


  • 29,33% dos comerciários não recebem o que está registrado na Carteira de Trabalho. São trabalhadores lesados por empresários do comércio. Dos que não recebem o que está contratado na Carteira Profissional, 12,5% recebem menos do contratado e 86,36% recebem mais do que o contrato. Em qualquer uma das situações acima está caracterizada a sonegação. Se o empregador paga menos do que está registrado em carteira comete um crime contra o trabalhador, se paga mais além de prejudicar o trabalhador nas férias e 13º, comete um crime de sonegação contra  o estado, a partir do momento em que diminui a base de cálculo para previdência e fundo de garantia;


  • 51,11% dos (30% de) trabalhadores que fazem hora-extra não recebem nada por isso. A exploração do trabalho é uma das marcas registradas do empresariado do comércio;


  • Questionados se existe exploração do trabalho na atividade do comerciário, 72% concordam haver exploração. A soma de baixos salários, corte nos vales- transportes e o não pagamento de hora-extra geram um clima de total exploração junto aos trabalhadores;


  • Em relação aos hábitos de lazer: 54,33% não freqüentam clube social; 34% não freqüentam restaurantes; 48% não costumam viajar; 81% não freqüentam teatro e 72,67% não freqüentam cinema;


  • Perguntados sobre problemas de saúde adquiridos no exercício da profissão: 53,33% relataram a ocorrência de problemas de coluna; 13,33% Estresse; 13,33% Varizes; 6,67% Artrose cervical; 6,67% Gastrite nervosa; 6,67% Dores nos pés;


  • 85,67%  não recebem ticket alimentação;


  • Os principais problemas da categoria segundo os próprios trabalhadores são: Salário Baixo, Jornada de Trabalho excessiva, falta de comunicação por parte dos patrões, condições precárias de trabalho e desvalorização dos funcionários;


  • Quanto à abertura do comércio aos domingos e feriados, 91,67%  dos comerciários entrevistados são contra;


  •  73,33%  concordam com a Redução da Jornada de Trabalho no B-R-O BRÓ (Setembro e Outubro) para 6 horas corridas e


  •  80% dos trabalhadores aprovam a atuação do sindicato.


 Atendimento psicológico para a categoria e familiares

A percepção do alto nível de estresse dos trabalhadores levou o sindicato a contratar um psicólogo para atender a categoria. “A cobrança diária por produtividade, o estresse diário são problemas comuns e de forte impacto na vida dos trabalhadores no comércio. Temos um psicólogo contratado com todo o tempo tomado pelos comerciários e familiares”, ressaltou Gilberto Paixão.