Publicada Segunda-feira, 24/11/2008
Assédio
Comércio: 3 denúncias de assédio por semana
Expor trabalhadores a condições humilhantes e constrangedoras é o que chamamos de Assédio Moral ou “terror psicológico no trabalho”, a terceira causa entre processo por danos morais em todo o país.

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No Piauí, os números crescem na mesma velocidade em que se formam novos sindicatos, mas a classe de trabalhadores ainda se exime na hora de denunciar e encontra barreiras para finalizar processos administrativos. Na categoria dos comerciários, segundo a advogada do sindicato, Flávia Amorim, a cada semana três casos são denunciados.

Advogados e sindicatos estão atentos à gravidade das conseqüências do assédio moral. No entanto, para que um projeto judicial por assédio se justifique é preciso que estejam caracterizados problemas psicológicos originados no ambiente de trabalho. Outra grande dificuldade é a comprovação de que houve assédio, que na maioria das vezes precisa de depoimentos dos colegas de trabalho da vítima, que se opõem a prestar depoimentos.

Para a advogada Flávia Amorim, é exatamente este o grande entrave para a punição dos agressores. “Muitas pessoas desistem da denúncia por falta de provas”, relata. “Isso é preocupante, porque é um insumo para o agressor”.

Segundo Flávia, até mesmo as empresas de grande porte são denunciadas. As práticas mais comuns são a intolerância no horário de trabalho e a desconfiança. “A pessoa perde o ponto do trabalho e ainda passa pelo constrangimento de revistas íntimas”.

Outro caso comum é a demissão de mulheres no período da gravidez, o que é inconstitucional. Segundo a advogada os patrões submetem essas mulheres a situações degradantes, fazendo com que elas peçam demissão. “Este é o caso mais fácil de ser detectado”.

 

Fonte: Socorro Carcará e Carolina Durães, Jornal Meio Norte