A Fundação Getulio Vargas (FGV) constatou, porém, que a redução foi mais que o dobro das expectativas. De acordo com o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, isso é resultado da queda de exportações de produtos brasileiros e, conseqüentemente, do aumento da oferta no mercado doméstico.
É mais um dos efeitos da crise financeira internacional, que provocou o recuo de preços das commodities (produtos básicos e minérios que têm por parâmetros os preços da Bolsa de Chicago, nos Estados Unidos). “Menores vendas lá fora, maior oferta no mercado interno, com os preços despencando”, afirmou o economista Fábio Romão, da Consultoria LCA.
Segundo ele, a “forte descompressão dos preços”, associada à “evidente piora do mercado de trabalho”, amplia as chances de o Comitê de Política Monetária (Copom) promover um corte mais robusto na taxa básica de juros (Selic), no próximo dia 21; além, da redução de 0,50 ponto percentual estimada no boletim Focus da última segunda-feira (12).
Romão disse que a redução dos preços agícolas e industriais, principalmente, reforça a avaliação da LCA de que a evolução “mais modesta” da atividade econômica, aqui e lá fora, associada à descompressão dos preços de boa parte das commodities, poderá provocar novas revisões (para baixo) nas projeções de evolução da inflação em 2009; sobretudo no primeiro trimestre.
Fonte: Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil