Publicada Quarta-Feira, 28/01/2009
Supermercado
Supermercados têm expansão de quase 9% em 2008
O setor vê a crise com cautela, mas além de manter os investimentos, as grandes redes prevêem a abertura de novas lojas este ano.

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O apetite do brasileiro esteve em alta em 2008. Conceição, empregada doméstica, ganhou aumento de salário e passou a explorar novos sabores.

“Iogurte, queijo, frutas, assim, guloseimas que os meus filhos não comiam antes, hoje têm liberdade”, disse Conceição Barros de Carvalho, empregada doméstica.

A melhora da renda, do crédito e do nível de emprego garantiu aos supermercados expansão de quase 9% no ano passado.

Cresceu principalmente a venda de produtos de valor agregado mais alto, como bebida energética, antisséptico bucal, repelente, batata congelada e bebida à base de soja.

Um movimento puxado pelas classes "C", "D" e "E", responsáveis por 75% do faturamento do setor.

Para 2009, o clima é de cautela. Apesar de os alimentos não serem os primeiros produtos afetados pela crise, os supermercados já detectaram desaceleração nas vendas. Com o consumidor ressabiado, a expectativa é que o crescimento não passe de 2,5% este ano.

O aumento do desemprego e o encolhimento do crédito devem reduzir o impacto do reajuste do salário mínimo e da queda da inflação, diz a associação do setor, que prevê uma mudança de comportamento dos clientes.

“Nós esperamos um consumidor muito cauteloso. Ele não pode gastar mais porque ele está muito comprometido com a sua renda. Então, ele vai ter muita cautela às compras por impulso, por exemplo”, declarou Sussumu Honda, presidente da Abras.

Apesar da pisada no freio do setor, as três maiores redes de supermercados do país, que têm 40% do bolo, prevêem investimentos de até 3,8 bilhões e 800 milhões de reais este ano e abertura de duzentas e 60 lojas.

Os grandes vêem a crise como oportunidade. “No sentido dessas empresas conseguirem ocupar espaços não ocupados anteriormente, atuarem em estados onde não estão atuando. Isso é o que vai significar o sucesso e a sobrevivência delas no futuro”, comentou João Carlos Lazzarini, diretor de varejo – Nielsen.

Fonte: Globo.com

Alan Severiano - São Paulo