Publicada Quarta-Feira, 22/02/2017

Centrais pedem prazo maior e garantia de debate sobre a Previdência
Sindicalistas se reuniram com o presidente da Câmara para discutir a PEC 287. Em 15 de março, movimentos farão dia nacional de paralisações e protestos

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Representantes de centrais sindicais e da Contag (confederação dos trabalhadores na agricultura) reuniram-se na tarde de terça-feira (21) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pedir ampliação do prazo para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de reforma da Previdência. Eles também querem garantir a participação das entidades durante as audiências públicas. Ontem, o relator da comissão especial, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse que pretende entregar seu parecer entre 16 e 20 de março, abrindo mais um mês para debates, antes da votação.

Em reunião da comissão especial nesta terça-feira, Maia reafirmou que pretende mexer nas regras de transição propostas pelo governo. Segundo ele, também é necessário rever casos de renúncias fiscais, citando universidades particulares.

"Queremos buscar o máximo de prazo para debater uma questão que envolve milhões e milhões de trabalhadores", afirmou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Para o dirigente, o mais importante da reunião com Maia foi garantir que a discussão não seja feita "no afogadilho". "Queremos que todos possam explicitar suas propostas."

As centrais divulgaram uma cartilha com críticas à PEC governista. Também participaram do encontro com o presidente da Câmara os deputados Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), e Orlando Silva (PCdoB-SP), além de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP), presidente da Força. Juruna disse repudiar manifestações de alguns sindicalistas da central contra o dirigente e deputado. "Isso não ajuda neste momento e pode prejudicar as negociações. O Paulinho tem conversado com todas as centrais."

O presidente da UGT, Ricardo Patah, participou da sessão da comissão especial da PEC 287, afirmando que o projeto do governo prejudica o trabalhador. "A reforma tem que ser transparente, deve acabar com as desonerações e ter um orçamento próprio da seguridade. A Previdência é superavitária", disse Patah em rede social.

As entidades programam para 15 de março um dia nacional de paralisações e protestos contra a reforma da Previdência. Também haverá atos uma semana antes, como parte das atividades do Dia Internacional da Mulher.

Fonte: Agência Câmara