Passava das 23 horas da quarta-feira (28/06), quando a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovou o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) da Reforma Trabalhista por 16 votos a favor, 9 votos contra e uma abstenção. Em seguida, os senadores discutiram e rejeitaram todas as emendas propostas pelos senadores, mantendo inalterado o texto aprovado pela Câmra dos Deputados..
Após mais de 24 horas de sessão, a difícil aprovação do relatório sobre o PLC 38/2017 indica o tamanho da batalha no plenário do Senado, na votação da Reforma Trabalhista, prevista para 5 ou 12 de julho, antes do recesso.
O senador Paulo Paim conclamou a população a fazer “um grito silencioso do Brasil contra as reformas na sexta-feira, dia 30, numa grande mobilização”.
Os senadores e as senadoras da oposição passaram o dia ao microfone, primeiro lendo os votos em separado e depois fazendo uso de todas as intervenções permitidas pelo regimento, sempre denunciando os diversos absurdos presentes na tramitação dessa alteração da legislação trabalhista.
Dentre os temas em debate estiveram as diversas inconstitucionalidades do projeto e o fato de que o governo impôs à sua base no Senado a obrigação de aprovar a Reforma Trabalhista tal como foi aprovada na Câmara dos Deputados, sem nenhuma alteração..
Diante da reação constrangida da base do governo golpista, a senadora Gleisi Hoffmann comentou: “A vergonha é tão grande que os governistas nem tem coragem de comemorar”.
A reunião da CCJ se encerrou às 23h55, após a votação dos destaques (todos derrubados pelo governo), em meio a uma grande confusão. Para garantir o regime de urgência na tramitação da reforma, permitindo o envio imediato do texto para o plenário, o presidente da Comissão, senador Edison Lobão, fez uma votação pro forma, pronunciando a frase: "os que forem a favor permaneçam como estão". Com isso, considerou a urgência aprovada e encerrou a sessão, sob protestos da oposição.