Publicada Quinta-feira, 18/08/2011
Trabalhador
Multas trabalhistas aplicadas à Zara somam R$ 1 milhão
A SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego) aplicou 48 autos de infração trabalhistas à Zara (marca de roupa) por utilização de mão de obra em condições análogas à escravidão, que somados podem atingir R$ 1 milhão.

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A Zara, no entanto, se recusou a fazer a anotação na carteira de trabalho dos 16 trabalhadores encontrados em oficinas "quarteizaradas" da rede e de pagar diretamente a multa de R$ 140 mil referente à rescisão dos contratos.

A SRTE aceitou o pedido da Zara para que a AHA, que foi a terceirizada responsável pela contratação das oficinas clandestinas, quitasse essas multas.

Depois que as 48 autuações forem julgadas, primeiro pela STRE e depois pelo Ministério de Trabalho, a Zara pode ser incluída na lista suja de trabalho escravo do governo.

O cadastro, feito pelo Ministério do Trabalho e pela Secretaria de Direitos Humanos, é divulgado duas vezes por ano --a última versão foi publicada no fim de julho.

As empresas cadastradas não podem obter financiamentos públicos, além de serem excluídas de negócios com outras companhias que assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil.

"Se der tempo de julgar todos esses autos, já a partir de janeiro de 2012 a Zara pode entrar na lista", afirma Faria.

A Zara contratou o escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, um dos maiores do país, para defendê-la.

Responsável por trazer a marca Zara para o Brasil, em 1998, o presidente da Azul Linhas Aéreas, Pedro Janot, afirmou que o flagrante de trabalho foi um acidente.

"Conheço muito bem a história do grupo e eles são sérios e responsáveis", afirmou o executivo, que foi presidente da Zara no Brasil durante oito anos.

"Eles mantêm milhares de contratos com fornecedores em vários países do mundo. Isso foi um acidente", completou.

Fonte: Folha