O presidente da NET,
José Antônio Félix, defendeu que o setor privado use as linhas
de transmissão de empresas estatais para promover o acesso de toda a
população à internet – principal proposta do Plano Nacional de
Banda Larga.
“O governo tem que
fazer uso dessa infraestrutura que ele dispõe e, de algum modo, facilitar o acesso [das
empresas] a essa infraestrutura”, disse Félix, num encontro com jornalistas, promovido pela empresa.
No fim de novembro, o
vice-presidente de políticas públicas de uma associação global de
telefonia móvel, Ricardo Tavares, já tinha afirmado à Agência
Brasil que o papel do governo no processo de universalização do
acesso à internet banda larga era promover a infraestrutura. Para ele, a ideia de criar uma nova estatal para concorrer com
o setor privado, como vem sendo cogitado pelo governo, só iria
afastar os investimentos e não conseguiria levar a rede mundial de
computadores às cidades menores e mais pobres.
Félix traça três
quadros atuais no fornecimento de internet no Brasil. Segundo ele, existem lugares onde o mercado já está cheio e há interesse
privado em investir, como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
“Nesses locais, um centavo sequer [de dinheiro governamental] seria
um desperdício de recursos públicos.”
Há ainda, de acordo o presidente da NET, regiões do país onde existe
oferta do serviço, mas o mercado está monopolizado por apenas uma
empresa. Nesse caso, acrescentou, precisaria haver incetivos para novos entrantes,
de modo a promover a competição. Já em locais como a Região
Norte, onde a infraestrutura é cara e há pouco interesse comercial
das empresas privadas, o governo deve usar incentivos
fiscais e oferta de infraestrutura para atrair investidores do
setor.
De acordo com números
da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o mercado de banda larga móvel e celulares cresceu 20% em outubro. Esse
forte aumento da demanda tem deixado preocupado o presidente
da agência, Ronaldo Sardemberg. No mês passado, ele disse que tem
procurado soluções para que o país não passe por um “caladão”, ou seja, uma paralisação nos serviços de telefonia.