Publicada Quarta-Feira, 04/07/2018

Quem quiser ser eleito, vai ter de assumir revogar reforma trabalhista
Em seminário na Câmara sobre reforma trabalhista, dirigente da CUT diz que candidatos deverão se comprometer em reverter fim dos direitos trabalhistas

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Um dia antes de as centrais sindicais se reunirem em São Paulo para discutir o 10 de abril, Dia Nacional de Paralisação contra a retirada de direitos, o secretário-adjunto de Relações do Trabalho da CUT, Pedro Armengol, apontou que nenhum candidato receberá votos da classe trabalhadora se não comprometer-se em revogar a Reforma Trabalhista.

O dirigente participou com representantes de outras centrais sindicais, juristas, parlamentares e economistas de seminário que discutiu o cenário do mundo do trabalho após as mudanças impostas pelo golpista Michel Temer (MDB) e sua base aliada.

Armengol apontou que a gestão Temer adotou quatro pilares para aumentar a renda do capital financeiro: tirar a proteção social do trabalho para facilitar demissões e retirar direitos, a Emenda Constitucional 95, que congela investimentos públicos por 20 anos e a Reforma da Previdência.

O último deles visa retirar qualquer obstáculo da frente para impedir a implementação da agenda conservadora e se trata da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal candidato a equilibrar a correlação de forças e inviabilizar os retrocessos.

“Quem executou o golpe não foi o Temer, foi o sistema financeiro nacional que torna governos seus reféns e hoje faz com que vivamos um estado de exceção, em que pode tudo, prender sem prova e governar sem voto”, criticou.

O resultado desse plano se mostra nas campanhas salariais: segundo Armengol, houve uma queda de 48% no número de convenções coletivas assinadas neste primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado, dado que já reflete um cenário de ataque à organização trabalhista.

“Isso já reflete a lógica da reforma sindical, do negociado sobre o legislado para enfraquecer a negociação por meio dos sindicatos que arrancam conquistas muito mais amplas e lucrativas para as categorias. Num ambiente de 12 milhões de desempregados, trabalhadores estão com a faca no peito, ou aceita ou não terá emprego.”

Segundo ele, os sindicatos têm se recusado a assinar convenções rebaixadas e acredita que, tão logo a reforma se faça sentir nas bases, os trabalhadores se darão conta efetivamente dos estragos causados por Temer e sua base aliada.

“Vamos trabalhar arduamente nas eleições para mostrar quem votou contra a classe trabalhadora e do que se trata, verdadeiramente, a Reforma Trabalhista. O compromisso de qualquer candidato que deseja ser eleito pela classe trabalhadora deve ser a revogação da Reforma Trabalhista”, defendeu.

Fonte: Contracs