Um dia antes de as centrais sindicais se reunirem em São Paulo para discutir o 10 de abril, Dia Nacional de Paralisação contra a retirada de direitos, o secretário-adjunto de Relações do Trabalho da CUT, Pedro Armengol, apontou que nenhum candidato receberá votos da classe trabalhadora se não comprometer-se em revogar a Reforma Trabalhista.
O dirigente participou com representantes de outras centrais sindicais, juristas, parlamentares e economistas de seminário que discutiu o cenário do mundo do trabalho após as mudanças impostas pelo golpista Michel Temer (MDB) e sua base aliada.
Armengol apontou que a gestão Temer adotou quatro pilares para aumentar a renda do capital financeiro: tirar a proteção social do trabalho para facilitar demissões e retirar direitos, a Emenda Constitucional 95, que congela investimentos públicos por 20 anos e a Reforma da Previdência.
O último deles visa retirar qualquer obstáculo da frente para impedir a implementação da agenda conservadora e se trata da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal candidato a equilibrar a correlação de forças e inviabilizar os retrocessos.
“Quem executou o golpe não foi o Temer, foi o sistema financeiro nacional que torna governos seus reféns e hoje faz com que vivamos um estado de exceção, em que pode tudo, prender sem prova e governar sem voto”, criticou.
O resultado desse plano se mostra nas campanhas salariais: segundo Armengol, houve uma queda de 48% no número de convenções coletivas assinadas neste primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado, dado que já reflete um cenário de ataque à organização trabalhista.
“Isso já reflete a lógica da reforma sindical, do negociado sobre o legislado para enfraquecer a negociação por meio dos sindicatos que arrancam conquistas muito mais amplas e lucrativas para as categorias. Num ambiente de 12 milhões de desempregados, trabalhadores estão com a faca no peito, ou aceita ou não terá emprego.”
Segundo ele, os sindicatos têm se recusado a assinar convenções rebaixadas e acredita que, tão logo a reforma se faça sentir nas bases, os trabalhadores se darão conta efetivamente dos estragos causados por Temer e sua base aliada.
“Vamos trabalhar arduamente nas eleições para mostrar quem votou contra a classe trabalhadora e do que se trata, verdadeiramente, a Reforma Trabalhista. O compromisso de qualquer candidato que deseja ser eleito pela classe trabalhadora deve ser a revogação da Reforma Trabalhista”, defendeu.
Fonte: Contracs