Publicada Quinta-feira, 14/01/2021

Sem auxílio emergencial, governo estuda antecipar 13º do INSS e abono salarial
Sem nenhum programa social que substitua o auxílio emergencial, governo estuda antecipar 13º de aposentados e pensionistas e o abano salarial, esquecendo que, quem mais precisa do auxílio não tem nenhuma renda

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Em mais uma tentativa paliativa de evitar o aprofundamento da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a equipe econômica de Jair Bolsonaro  (ex-PSL), chefiada pelo banqueiro, Paulo Guedes , lança a possibilidade de antecipar mais uma vez o 13º salário, pago a pensionistas e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e o abono salarial pago aos trabalhadores e trabalhadoras que ganham até sois salários mínimos (R$ 2.200,00). Os pagamentos começariam a ser feitos em fevereiro ou março.

Sem um programa social que substitua o auxílio emergencial oferecido a mais de 66,4 milhões de brasileiros, que injetou na economia R$ 254 bilhões, Guedes esquece que a medida não resolverá a fome de quem não tem nenhuma renda. Tanto o 13º do INSS quanto o abono são pagos a trabalhadores que já têm uma renda, bem diferente de quem não tem nada.

“O auxílio, cujas parcelas ficaram entre R$ 600 e R$ 300, era destinado a outro público, sem renda, que está à margem, sem trabalho e benefício previdenciário”, ressalta a técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adriana Marcolino.

Ela reforça que o Dieese já havia manifestado que a antecipação do 13º salário do INSS, no início da pandemia, em março do ano passado, não resolveria o problema da crise que iria durar bem mais do que os três meses que o governo federal acreditava , especialmente para quem perdeu toda a renda, como os informais .


“O 13º e o abono antecipados são bons para quem tem conta a pagar ou tenha uma necessidade emergencial. O que o país precisa é de dinheiro novo injetado na economia. Esse dinheiro já está no orçamento do ano do governo federal, não vai ajudar no consumo e geração de renda”, critica Adriana.

O governo federal, segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, diz que a antecipação desses pagamentos seria possível por que o dinheiro já está previsto no orçamento da União. A equipe econômica acredita que, com isso, será possível observar a reação ao que é definido internamente como "desmame" do auxílio emergencial.

Adriana reforça que para as pessoas que podem receber antecipadamente  os benefícios é positivo, mas, a medida como política econômica de aquecimento à economia não resolve.

“ Do ponto de vista econômico não é relevante. O que precisa ser feito é investimento em saúde, em insumos para a vacinação, em infraestrutura e habitação. Essas são as medidas que deveriam ser tomadas para retomada do crescimento, geração de emprego e renda. E isto o governo Bolsonaro não faz”, ressalta.
 
Fonte: CUT