Evolução do volume e receita nominal das vendas; variação de índices de massa de rendimentos de ocupados; volume de crédito e inadimplência; dados sobre emprego formal como saldo da movimentação e salário médio dos trabalhadores formais são importantes informações para analisar a real situação do comércio. Este informativo, elaborado pela Rede Comerciários do DIEESE – Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – reúne este conjunto de dados para prover as categorias do setor em suas negociações.
No primeiro semestre de 2010, o comércio brasileiro obteve o melhor resultado da série histórica da Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2001. O volume e receita nominal com vendas tiveram elevação, respectivamente, de 11,47% e 14,69%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Todas as Unidades da Federação apresentaram alta nas vendas no período. As variações mais expressivas no crescimento de volume e receita de vendas foram verificadas nos estados do Tocantins (38,57% e 38,76%), Rondônia (31,69% e 34,65%) e Acre (24,56% e 24,50%).
Evolução do volume e receita nominal das vendas no comércio
Brasil e Unidades da Federação - 1⁰ semestre de 2010
(em %)
Vendas no Comércio Volume Receita Nominal
Brasil 11,47 14,69
Rondônia 31,69 34,65
Acre 24,56 24,50
Amazonas 9,45 13,09
Roraima 14,09 15,81
Pará 14,90 19,24
Amapá 17,03 19,85
Tocantins 38,57 38,76
Maranhão 14,65 21,87
Piauí 7,22 10,88
Ceará 14,92 19,04
Rio Grande do Norte 9,73 13,08
Paraíba 14,55 19,39
Pernambuco 12,32 17,16
Alagoas 14,90 19,94
Sergipe 14,55 19,85
Bahia 11,59 14,21
Minas Gerais 11,20 13,69
Espírito Santo 10,04 14,39
Rio de Janeiro 9,80 12,55
São Paulo 11,88 15,56
Paraná 10,87 14,20
Santa Catarina 8,01 12,10
Rio Grande do Sul 9,36 11,12
Mato Grosso do Sul 15,12 15,15
Mato Grosso 20,14 20,12
Goiás 14,24 14,58
Distrito Federal 8,20 10,44
Ao se analisar os 11 segmentos para os quais a PMC apresenta dados, verifica-se que todos apresentaram crescimento nas vendas no primeiro semestre do ano. Os principais destaques foram equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com variação de 25,83%, no que se refere ao volume de vendas e 16,91%, quanto a receita nominal; móveis e eletrodomésticos, com crescimento, respectivamente de 20,57% e 21,31%; e materiais de construção, que tiveram 16,11%, no volume e 20,55%, na receita
Evolução do volume e receita nominal de vendas no comércio por segmento
Brasil - 1⁰ semestre de 2010 (em %)
Segmentos Volume Receita Nominal
Combustíveis e lubrificantes 5,53 8,74
Hipermercados, supermercados, produtos
alimentícios, bebidas e fumo 10,39 14,09
Hipermercados e supermercados 10,07 13,76
Tecidos, vestuário e calçados 10,10 15,85
Moveis e eletrodomésticos 20,57 21,31
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos,
de perfumaria e cosméticos 12,20 16,39
Equipamentos e materiais para escritório,
informática e comunicação 25,83 16,91
Livros, jornais, revistas e papelaria 8,08 12,71
Outros artigos de uso pessoal e domestico 6,07 13,88
Veículos, motos, partes e peças 11,62 12,72
Materiais de construção 16,11 20,55
Os dados disponíveis indicam que as variáveis que determinam o consumo mantiveram, ao longo do período, comportamento que favorece o desempenho do comércio no período próximo. Em junho de 2010, a massa de rendimentos real dos ocupados nos mercados metropolitanos cresceu 1,2% frente a dezembro de 2009.
Concomitantemente, observou-se que as operações de crédito alcançaram 45,7% do Produto Interno Bruto (PIB), nesse mês, representando alta de 1,5% no ano. Por outro lado, no mesmo período, o índice de inadimplência (cheques devolvidos) caiu 14,87% (Tabela 3).
Variação de índices de massa de rendimentos de ocupados, volume de crédito e cheques devolvidos Brasil - junho 2010 (variação % no ano)
Indicador Evolução %
Massa de Rendimentos dos Ocupados - RMs 1,20
Volume de Crédito - % do PIB (Brasil) 1,55
Cheques devolvidos/cheques compensados (%) (Brasil) -14,87
Com base em dados bastante positivos, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o varejo brasileiro deve fechar o ano com um crescimento recorde de 11,4%.
Emprego e renda dos comerciários
com carteira de trabalho assinada
Emprego
Entre janeiro e junho deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE), dos 1.473.320 empregos com carteira de trabalho assinada gerados no país, o comércio foi responsável por cerca de 10%, ou seja, 144.135 novos empregos. Estes dados positivos contrastam com o desempenho registrado no primeiro semestre de 2009, quando o setor fechou 33 mil vagas como consequência dos impactos da crise financeira internacional na economia brasileira.
Estados das regiões Sul e Sudeste destacaram-se na geração de postos no setor, particularmente São Paulo (55.441), Minas Gerais (14.420) e Paraná (11.853). No entanto, dois estados fecharam mais vagas do que abriram: Acre (-451) e Espírito Santo (-379).
Independentemente do saldo positivo ou negativo na localidade, ainda persiste o elevado volume de admissões e demissões, característica marcante do setor, fruto da alta rotatividade.
Saldo da movimentação do emprego formal no comércio
Brasil e Unidades da Federação - 1º semestre 2010
(em nºs absolutos)
Unidade da Federação Admitidos Desligados Saldo
Brasil 2.104.955 1.960. 820 144.135
São Paulo 647.589 592.148 55.441
Minas Gerais 229.832 215.412 14.420
Paraná 174.148 162.295 11.853
Rio Grande do Sul 157.382 145.576 11.806
Rio de Janeiro 192.109 185.023 7.086
Bahia 74.056 68.925 5.131
Goiás 67.131 62.200 4.931
Santa Catarina 117.548 112.844 4.704
Ceará 44.770 41.113 3.657
Pernambuco 47.034 43.480 3.554
Maranhão 21.168 17.871 3.297
Pará 37.446 34.298 3.148
Mato Grosso 46.973 44.015 2.958
Distrito Federal 41.761 39.270 2.491
Paraíba 15.542 13.071 2.471
Mato Grosso do Sul 28.381 26.605 1.776
Piauí 11.658 10.023 1.635
Rio Grande do Norte 21.423 19.951 1.472
Rondônia 20.913 19.832 1.081
Sergipe 10.216 9.187 1.029
Alagoas 11.602 11.209 393
Roraima 3.090 2.740 350
Amapá 4.526 4.377 149
Tocantins 8.628 8.547 81
Amazonas 18.690 18.639 51
Espírito Santo 47.393 47.772 -379
Acre 3.946 4.397 -451
Renda
No primeiro semestre deste ano, a remuneração média dos comerciários do país foi de R$ 750,97, o que representa uma elevação de 7,6% frente à igual período, em 2009, quando o valor era de R$ 697,63.
Por unidade da Federação, nos seis primeiros meses de 2010, os estados que registraram as menores remunerações médias para o setor foram: Rio Grande do Norte (R$ 603,66), Piauí (R$ 611,40) e Sergipe (R$ 614,81).
Dentre os estados com as maiores remunerações médias, destacaram-se: São Paulo (R$ 890,69) e Santa Catarina (R$ 781,00). Esses valores médios ficaram acima da média nacional (R$ 750,97).
Salário médio dos empregados no setor do comércio
Brasil e Unidades da Federação - 1º semestre de 2010
Unidade da Federação Salário Médio (em R$)
Brasil 750,97
Rio Grande do Norte 603,66
Piauí 611,40
Sergipe 614,81
Roraima 615,33
Ceará 615,56
Amapá 624,11
Alagoas 630,21
Paraíba 638,44
Amazonas 640,59
Pará 641,55
Minas Gerais 647,66
Acre 653,97
Bahia 656,51
Tocantins 663,63
Pernambuco 665,21
Rondônia 666,39
Maranhão 666,61
Goiás 675,07
Distrito Federal 695,80
Rio Grande do Sul 700,17
Espírito Santo 705,08
Mato Grosso do Sul 710,42
Mato Grosso 711,19
Rio de Janeiro 717,86
Paraná 726,62
Santa Catarina 781,00
São Paulo 890,69
Fonte: Caged/Ministério do Trabalho e Emprego
Elaboração: DIEESE - Rede Comerciários
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STI Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de
São Paulo e Mogi das Cruzes
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STI de Energia Elétrica de Campinas
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Sindicato dos. Metalúrgicos do ABC
Antonio Sabóia B. Junior – Diretor
SEE Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Antonio de Sousa – Diretor
STI Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de
Osasco e Região
Paulo de Tarso G. B. Costa – Diretor
Sindicato dos Eletricitários da Bahia
José Carlos de Souza – Diretor
STI de Energia Elétrica de São Paulo
Carlos Donizeti França de Oliveira – Diretor
Femaco – FE em Serviços de Asseio e
Conservação Ambiental Urbana
e Áreas Verdes do Estado de São Paulo
Mara Luzia Feltes – Diretora
SEE Assessoramentos, Perícias, Informações,
Pesquisas e Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul
Zenaide Honório – Diretora
Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São
Paulo (Apeoesp)
Pedro Celso Rosa – Diretor
STI Metalúrgicas, de Máquinas, Mecânicas, de
Material Elétrico de Veículos
e Peças Automotivas de Curitiba
Josinaldo José de Barros – Diretor
STI Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais
Elétricos de Guarulhos, Arujá, Mairiporã e Santa Isabel
Antonio Eustáquio Ribeiro – Diretor
SEE Bancários de Brasília – CNTT/CUT
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Clemente Ganz Lúcio – diretor técnico
Ademir Figueiredo – coordenador de estudos e
desenvolvimento
José Silvestre Prado de Oliveira – coordenador de
relações sindicais
Francisco J.C. de Oliveira – coordenador de pesquisas
Nelson de Chueri Karam – coordenador de educação
Rosana de Freitas – coordenadora administrativa e
financeira
Equipe técnica
Rede Comerciários
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Fabiana Carla da Silva Campelo
Revisão
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