Em um ambiente empresarial marcado por mudanças rápidas, a
área de recursos humanos enfrenta um desafio inexorável: transitar pelo
presente enquanto projeta o futuro. Essa abordagem “bifocal” implica gerenciar
a realidade do dia a dia sem perder de vista as tendências que moldarão os
próximos anos.
O futuro do trabalho exige mentalidade, habilidades e
ferramentas. Essas três dimensões destacam as questões urgentes que as
organizações precisam abordar para melhorar a capacitação e a requalificação de
seus profissionais. O Fórum Econômico Mundial prevê que mais de 50% dos
trabalhadores precisarão atualizar significativamente suas habilidades até 2025
devido à transformação tecnológica em curso.
As soluções oferecidas hoje, tanto em termos de tecnologia
quanto de treinamento de liderança, precisam evoluir rapidamente para
possibilitar, de um lado, o melhor uso das novas ferramentas disponíveis e, de
outro, o desenvolvimento adequado de talentos, preparando os profissionais para
desafios constantes à medida que surgem.
Uma estratégia de gestão de talentos centrada nas pessoas
Uma estratégia centrada nas pessoas foca na melhoria da
experiência do colaborador, abrangendo bem-estar, engajamento e satisfação.
Esses três fatores impulsionam a produtividade e geram melhores resultados. É
uma relação mutuamente benéfica: trabalhadores mais saudáveis, comprometidos e
satisfeitos se conectam melhor com clientes e consumidores, gerando sinergias e
disseminando essa positividade. Para crescer com base em clientes e
consumidores mais satisfeitos, o primeiro passo é alcançar essa satisfação internamente.
O desafio do trabalho híbrido
Embora muitos quisessem chamá-lo de “home office” – como se
dar um nome simplificasse as coisas –, essa mudança exigiu estratégia, cultura,
infraestrutura, políticas e liderança. A questão agora é: o que implica o
modelo de trabalho híbrido? Quantos dias os trabalhadores devem idealmente ir
ao escritório e quantos devem trabalhar remotamente? E como aumentar a
produtividade, ao mesmo tempo promovendo a cultura empresarial e a inovação?
A dificuldade de gerenciar essa realidade continua a
crescer, especialmente diante de demandas geralmente incompatíveis entre
gestores (que desejam maior presença física e estão preocupados com a
produtividade) e empregados (que buscam mais liberdade para escolher quando ir
ao escritório). A chave está em pensar de forma mais holística sobre os motivos
pelos quais os trabalhadores devem ir ao escritório e como evoluir do modelo
cultural de “controle” para um baseado em “confiança”. Um estudo da McKinsey
destaca que empresas que equilibram com sucesso flexibilidade e estrutura
apresentam melhorias significativas em produtividade e satisfação dos
colaboradores.
O caminho é avançar progressivamente para um paradigma híbrido inteligente que incorpore o melhor dos dois modelos, sendo mais eficiente em custos e impactando positivamente a todos. Esse modelo deve resolver a controvérsia em torno da flexibilidade e melhorar a eficiência sem sacrificar conexões humanas.
Equipes humanas e IA: uma aliança estratégica
A chave para formar equipes compostas por humanos e
Inteligência Artificial (IA), garantindo alto desempenho, eliminando vieses e
maximizando o valor do Big Data preditivo, será identificar os momentos
específicos em que apenas as equipes humanas devem intervir e como realidade
virtual e aumentada podem criar experiências físicas e digitais incomparáveis
para os colaboradores.
A IA está transformando a liderança e a gestão empresarial
ao automatizar tarefas repetitivas e melhorar a eficiência operacional. Líderes
podem utilizar essas ferramentas para otimizar processos, tomar decisões mais
rápidas e fundamentadas, e adaptar-se a um ambiente dinâmico e tecnológico.
Segundo um relatório da Gartner, até 2025, mais de 50% das decisões
empresariais serão apoiadas por análises de dados baseadas em IA.
Cultura empresarial: a base da mudança
A cultura distingue empresas que consistentemente obtêm os
melhores resultados ao longo do tempo. Um estudo da Deloitte revela que
empresas com culturas inclusivas e de suporte são 22% mais lucrativas e têm 27%
mais capacidade de liderar mudanças. Entretanto, cultura não se compra nem se
implementa da noite para o dia.
Diante de mudanças cada vez mais frequentes, líderes
precisarão antecipá-las e gerenciá-las adequadamente. Se antes dizia-se que “a
cultura devora a estratégia no café da manhã”, hoje pode-se argumentar que a
cultura é a própria estratégia.
Liderança sustentável e responsável
Desenvolver uma liderança sustentável e socialmente
responsável será fundamental em 2025. Empresas líderes incorporarão a
sustentabilidade em suas estratégias centrais, considerando impactos
ambientais, sociais e éticos em todas as decisões de negócios. Essa abordagem
permitirá atender às expectativas dos consumidores, cumprir novas
regulamentações e contribuir para o bem-estar da sociedade e do planeta.
A diversidade em equipes também será crítica, exigindo que
líderes promovam inclusão e equidade para aproveitar a variedade de
perspectivas e talentos. Gerenciar a diversidade cultural se tornará uma
habilidade essencial.
Em resumo, 2025 trará novos desafios e oportunidades.
Empresas que souberem equilibrar tecnologia, talento e cultura estarão na
vanguarda de um futuro mais resiliente, inclusivo e humano.