A doença de Alzheimer tem forte influência do estresse,
que impulsiona seu diagnóstico, descobriu uma nova pesquisa feita nos Estados
Unidos. Os cientistas da universidade de Nova Iorque publicaram o estudo
na Neuron.
Nele, os pesquisadores destacam ligação entre a microglia, o
estresse e os mecanismos do cérebro e como esse processo interfere para
desencadear a doença de Alzheimer. A microglia é conhecida como as
primeiras respostas do cérebro e ela está diretamente ligada à patologia do
Alzheimer.
Mas essas mesmas células são uma via de mão dupla, ao mesmo
tempo que protegem a central de comando a atacam, segundo o Time
of India. “Nós nos propusemos a responder quais são as microglias
prejudiciais na doença de Alzheimer e como podemos tratá-las terapeuticamente”,
disse Pinar Ayata, pesquisadora principal do estudo e professora da iniciativa
de neurociência da CUNY.
Menos estresse, mais saúde
A notícia boa é que a pesquisa desenvolvida no Centro
de Estudos de Pós-Graduação de Nova Iorque (CUNY), mostra ser
possível retardar e até reverter o Alzheimer por meio de terapia medicamentosa
específica e individualizada.
A estimativa é que no mundo cerca de 55 milhões de pessoas
sofram com essa doença. Só no Brasil, em 2024, foram 2,7 milhões de
diagnósticos.
Embora o Alzheimer se manifeste, geralmente, após os 65
anos, menos de 5% dos casos são considerados de início precoce. Além da
idade, fatores como a genética, histórico familiar, doenças cardiovasculares,
entre outras, o estresse celular é um forte gatilho.
Descobertas e combate
No estudo, os cientistas descobriram um novo fenótipo
de microglia neurodegenerativa sinalização através do estresse (ISR).
Esse novo fenótipo libera lipídios tóxicos, que danificam
neurônios e células progenitoras de oligodendrócitos, sendo essas as que mais
impactam na doença de Alzheimer.
Assim, a proposta dos pesquisadores é ativar as células de
uma tal maneira que “respondam” de maneira intensa o mal causado pelo estresse
e reverta qualquer impacto no cérebro, desencadeando a doença.
“Essas descobertas revelam uma ligação crítica entre o
estresse celular e os efeitos neurotóxicos da microglia na doença de
Alzheimer”, disse Anna Flury, coautora do estudo.
“[Alguns] medicamentos e tratamentos poderão retardar
significativamente ou até mesmo reverter a progressão da doença de Alzheimer,
oferecendo esperança a milhões de pacientes e suas famílias”, concluiu
Leen Aljayousi, membro do laboratório do Prof. Ayata.