O remédio que retarda o Alzheimer, da farmacêutica Eli Lilly and
Company, já aprovado nos Estados Unidos, poderá chegar ao Brasil ainda este
ano. O pedido para a aprovação do donanemab já foi feito à Anvisa (Agência de
Vigilância Sanitária).
Esta é a primeira terapia com período limitado de tratamento
direcionada para combater a placa amiloide, que provoca o Alzheimer. Segundo a
farmacêutica, o novo remédio reduziu o declínio cognitivo e funcional em até
35%, porém tem efeitos adversos importantes.
Pelos protocolos adotados nos EUA, ele é utilizado como
imunoterapia para os diagnosticados com sintomas iniciais da doença. São
pacientes com comprometimento cognitivo leve (CCL) e patologia amiloide
confirmada.
Como age o medicamento
Os efeitos da medicação no organismo são “didáticos” porque as
células imunes são “ensinadas” a reconhecer e remover a proteína beta-amiloide,
que se acumula nos cérebros de quem tem Alzheimer.
Os resultados do estudo clínico mostraram que três quartos das
pessoas que tomaram donanemabe tiveram amiloide eliminado com sucesso de seus
cérebros.
Isso significa que 75% dos pacientes que tomaram a medicação
conseguiram retardar os efeitos do Alzheimer.
Preço do remédio
Na Anvisa, é feita uma análise criteriosa do medicamento,
examinando a certificação de boas práticas de fabricação, declaração de
regularização do produto no país de origem, descrição dos países para os quais
o produto é importado e informações sobre o transporte.
Uma vez autorizado, o remédio terá o preço definido pela Câmara de
Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). E aí, sim, o produto poderá ser
vendido no mercado brasileiro.
O medicamento donanemab, vendido sob o nome comercial Kisunla,
custa nos Estados Unidos 695 dólares, pouco mais de 4 mil reais. O custo
total varia de acordo com o tratamento do paciente, que precisa receber o
medicamento em ambiente hospitalar. O remédio está sendo coberto por planos de
saúde nos EUA.
Resultados e efeitos adversos
O tratamento reduziu o declínio cognitivo e funcional em até 35%,
em comparação com o placebo, e o risco de progressão dos participantes para o
próximo estágio clínico da doença em até 39%.
O medicamento é injetável e deve ser administrado uma vez por mês,
por até 18 meses. Mas boa parte dos participantes do estudo completaram o
tratamento em 12 meses. As infusões duram cerca de 30 minutos.
Porém, os especialistas alertam: muitas melhoras são sutis, então
não se deve criar expectativas de cura da doença.
Outro desafio é que esses medicamentos precisam ser administrados
em ambiente hospitalar e o custo é alto, podendo chegar a R$ 172 mil, ao ano,
nos EUA, segundo O Globo.
Entre os efeitos colaterais estão inchaço do rosto, lábios,
boca ou pálpebras, dificuldade para respirar, urticária, dores de cabeça,
reações ao gotejamento intravenoso, ou micro-hemorragias no cérebro.