Pela primeira vez no Brasil, as mulheres são maioria entre
os médicos. O estudo lançado nesta quarta-feira (30) mostra que as médicas
representam 50,9% dos profissionais atuantes no país.
Os dados são do Demografia Médica 2025 e sinalizam uma transformação
silenciosa e poderosa, que se desenhou ao longo dos últimos anos. A previsão é
que, até o fim de 2025, o país tenha 635.706 médicos em atividade, o que
representa uma média de 2,98 profissionais por mil habitantes.
O estudo também mostrou que, em 2009, as mulheres
representavam 40,5% de médicas e em 2024, 49,3%. A projeção é positiva e indica
que o número vai atingir 55,7% em 2035.
Força das mulheres
Em 2024, dos 597 mil médicos em atividade, 59,1% eram
especialistas e 40,9% atuavam como generalistas.
No total, as mulheres ganharam espaço. Elas dominam as áreas
de dermatologia (80,6%) e pediatria (76,8%).
Já os homens são maioria em urologia (96,5%) e ortopedia
(92%)
A virada feminina na medicina brasileira representa mais do
que um número e mostra que a ciência e a saúde estão sendo moldadas por uma
nova perspectiva.
Mais cursos
Os dados também mostraram que, nos últimos 20 anos, o país
viveu um verdadeiro “boom” na criação de cursos de medicina.
Entre 2004 e 2024, foram abertos 317 novos cursos. Ao todo,
oferecem quase 36 mil novas vagas.
No entanto, o crescimento da graduação não acompanha a
expansão proporcional nas vagas de residência médica.
Em 2024, apenas 8% dos médicos cursaram algum programa de
residência.
Desigualdade preocupa
Apesar do aumento geral no número de profissionais, a
distribuição ainda é desigual.
Quase 60% dos médicos estão concentrados em apenas 48
grandes cidades, que juntas reúnem 31% da população.
Em contrapartida, mais de 4.800 cidades pequenas, com menos
de 50 mil habitantes e a mesma fatia populacional, têm apenas 8% dos médicos em
atividade.