Para falar dessa vida dura, entrevistamos a senhora Maria das Dores Santos 66 anos, um comerciária aposentada mãe e avó, “batalhadora” que conquistou seu espaço com muito trabalho e esforço.

Como começou sua vida no trabalho?
Maria das Dores – Sou da cidade de Passagem Franca, e vim para Teresina em busca de uma vida melhor, passei a morar em casa de parente. Assim que cheguei em 1981, consegui logo um emprego numa lanchonete, passei alguns anos e logo fui para o comércio onde trabalhei 33 anos e me aposentei como comerciária.

E sua vida de mãe, como foi?
Maria das Dores – Quando fui trabalhar no comércio, já tinha uma filha, depois que já estava trabalhando veio à segunda filha, optei por ser mãe solteira e continuar trabalhando para sustentar minhas filhas. Eu trabalhava o dia todo e não dava para ficar com as meninas, então tive que arranjar alguém para ficar com elas, mais quando eu chegava me dedicava a casa e as crianças. As minhas noites eram pequenas eu só dormia três a quatro horas por dia.

E o seu dia-dia como era?
Maria das Dores – Era muito agitado, saia sedo e chegava tarde, sem contar que tinha que cuidar da casa e dos filhos. Para mim não tinha moleza, não tinha passeio, nem luxo, pois tinha que pagar o colégio das crianças, a pessoa para ficar com minhas filhas isso sem contar com a alimentação.

Quais foram suas dificuldades?
Maria das Dores – O trabalho do comércio é difícil, porque não é um emprego seguro, hoje você tem amanhã pode não ter mais e ai você tem que se virar. No local que trabalhei não tive muitas dificuldades, pois tive todos os meus direitos certinhos e todos me respeitavam. E a minha sorte é que eu era vendedora e vendedora faz seu próprio salário.  

Qual foi sua maior conquista?
Maria das Dores – Foi poder realizar um sonho, formar minhas duas filhas e ter minha casa própria feita com meu “suor”. Hoje me sinto feliz e realizada.

O que a Sr. Diria para as mães comerciarias neste momento?
Maria das Dores – Mães dêem sempre amor aos seus filhos, trabalhe mais não esqueça do amor. Esse é o segredo da vida.