Para tentar conter a alta generalizada de preços, o governo da presidente Dilma Rousseff deve pedir aos sindicatos e às centrais sindicais que não reivindiquem a reposição integral da inflação acumulada.
Normalmente, os sindicatos exigem reajustes que ao menos reponham a inflação acumulada em 12 meses, que já está em 6,3% e pode chegar a 7,4%, bem acima do centro da meta do governo (4,5%). O teto da meta é 6,5%
CUT não rejeita
O apelo do governo não é totalmente rejeitado pelos sindicalistas. Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), historicamente ligada ao PT, disse ao jornal O Globo ainda não ter pensado no assunto. "Mas poderia fazer esse esforço nas negociações salariais." Já o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), defende que os trabalhadores precisam, pelo menos, ter a inflação reposta para não perder poder de compra.
Patrões
A equipe econômica também pede a colaboração dos empresários. Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu que as empresas evitem repassar aos preços seus aumentos de custos, como matérias-primas e reajustes salariais. Alguns setores já responderam, porém, que há limites em sua capacidade de segurar os repasses.
Inflação terá pico durante disputa salarial
Em agosto, categorias com força de mobilização e peso econômico - como bancários, metalúrgicos e petroleiros - abrirão negociações para reajuste salarial.
Nos últimos anos, surfando no aquecimento da economia, elas têm conseguido não só repor a inflação, como também obter ganhos reais expressivos. No ano passado, os metalúrgicos do ABC paulista, por exemplo, conseguiram um aumento de 10,8%, que significou uma alta no poder de compra de 6,3%.
Neste ano, caso queiram - e possam - repetir o feito, os metalúrgicos terão de pleitear um aumento muito maior, acima de 14%.
Em agosto, segundo estimativas do Banco Central, a inflação deve chegar a 7,4%, a maior taxa para o acumulado de 12 meses desde 2003.
Fonte:Destak Jornal