De abril para maio, houve uma queda de 0,8% nos valores médios, enquanto que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 6,5% — o teto da meta estabelecida pelo governo para todo o ano de 2011. Isso é o que mostra uma pesquisa do Programa de Administração do Varejo, da Fundação Instituto de Administração (Provar/ FIA).
Os itens pesquisados que tiveram as maiores quedas de preços em maio foram CDs e DVDs (3,1%), eletroeletrônicos (2,4%), livros (2,2%), cine e foto (2,1%), eletroportáteis (1,1%), perfumes e cosméticos (0,7%), brinquedos (0,3%) e informática (0,1%).
“Os custos que a loja física tem a mais geralmente estão ligados a telefone, luz, aluguel, ar-condicionado para o cliente, etc”, afirma o gerente de operações da WebSoftware, Raide Silva. “Além disso, a participação da classe C na internet está crescendo e já representa 60% do mercado, o dobro do que era há dois anos”, acrescenta.
Com o aumento de compradores, as lojas têm de brigar pelo cliente. “Com a internet, fica muito fácil descobrir qual é o preço mais vantajoso. E os sites são pressionados a dar descontos se quiserem ser competitivos”, diz Rodrigo Borer, vice-presidente do Buscapé, site especializado em pesquisa de preços na rede.
Pesquisa de preços
O analista de produção Ítalo de Freitas Santos, de 28 anos, costuma pesquisar preços na web antes de comprar e, na semana passada, comprou DVDs e jogos de computador.
“O jogo vem de fora. Aqui no Brasil o produto é vendido R$ 50 mais caro. Os DVDs estão, em média, R$ 10 mais baratos na internet em comparação com lojas físicas”, conta Santos.
Já a pedagoga Maria Paula Galli, 25 anos, fica mais atenta à diferença de preços dos livros. “Acabei de comprar um que custou R$ 19,20 pelo site. Mesmo com o frete, ficou mais barato do que o da livraria, que estava R$ 39,90”, diz.
A redução dos preços não é vista apenas como um efeito pontual do mercado, pois tem a ver com a maturidade do comércio virtual. “O setor está cada vez mais avançado em relação à logística”, aponta o professor de trend marketing do Insper, Guilherme Tiezze.
“Mais do que isso, o comércio eletrônico já nasce conhecendo o cliente, porque os hábitos do consumidor ficam registrados. Isso possibilita que campanhas e promoções sejam feitas de forma mais eficiente”, diz Tiezze.
Os especialistas, como o coordenador do Provar, o professor Cláudio Felisoni, recomendam a compra pela internet, uma vez que é uma boa saída para consumidores que querem fugir da inflação das lojas físicas.
Fonte: Estadão