Publicada Segunda-feira, 30/05/2011
Geral
Aumento real nas convenções devem ter avanço no 2º semestre, diz dirigentes da CUT
Dirigente contesta presidente do BC e questiona orientação econômica do governo

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As campanhas salariais do segundo semestre manterão o foco no aumento real de salários (acima da inflação) e no acréscimo de direitos sociais, diz o secretário de Administração e Finanças da CUT, Vagner Freitas. "A economia está em franca expansão. Não concordamos com essa visão do presidente do Banco Central (Alexandre Tombini) contra aumento real. As causas da inflação não foram por conta dos salários", afirmou o dirigente. "A orientação para as categorias é partir para o enfrentamento", acrescentou. "Queremos aumento real, PLR (participação nos lucros ou resultados), rechear as convenções coletivas de avanços sociais."

Ele também questionou a política econômica, lembrando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva era um defensor do mercado interno e, durante a crise econômica, pediu à população que continuasse consumindo, para manter a economia aquecida. "Será que no governo Dilma mudou a orientação? Isso é opinião do governo ou do Tombini?", criticou Freitas, que participou de seminário promovido nesta quinta-feira pela Fiesp, CUT, Força Sindical e sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e de São Paulo.

O presidente estadual da CUT em São Paulo, Adi dos Santos Lima, disse que a inflação "nunca deixou de ser" pretexto dos empresários para dificultar as negociações. "Precisamos aumentar a renda do trabalhador para aumentar o consumo, para aumentar a produção e os empregos. É essa a lógica que queremos manter", afirmou.


Segundo ele, na primeira semana de junho deverá ser realizada uma primeira reunião para discutir estratégias e ações das categorias com data-base no segundo semestre, como bancários, metalúrgicos, petroleiros e químicos. E o aumento real não sai da pauta. "Ainda temos um dos salários mais baixos do mundo pelo tamanho da nossa produção."

Fonte: CONTRACS