Quem depende do transporte coletivo em Teresina está sendo obrigado a esperar mais tempo nos pontos de ônibus. É que o Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina) retirou 62 veículos de circulação, o que representa cerca de 12% da frota de ônibus coletivos de Teresina.

O Setut alega que esses veículos foram depredados durante os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus em Teresina, no período de 29 de agosto a 2 de setembro, e não têm condições de rodar. Mas, a Strans (Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito) não autorizou a retirada e agora está multando as empresas que infringirem a norma.

De acordo com o diretor de Transporte da Strans, coronel Adonias, foram feitas vistorias nas empresas de ônibus depois das manifestações, que constataram que o número de ônibus depredados está longe de 62. "Houve apenas uma perda total. A empresa que teve mais ônibus avariados foi a Transcol, com 10 veículos, porque não seguiu o que a Strans determinou durante os protestos, o desvio da rota. Em outras empresas, um ou dois ônibus, no máximo, foram avariados", explicou.

Segundo o diretor, a Strans não autorizou a diminuição, porque cada empresa deve dispor de pelo menos 10% ônibus reservas. "Mesmo a Transcol, que teve mais perdas, não pode retirar ônibus de circulação. Por isso, as empresas estão sendo notificadas e multadas", destacou.

O valor da multa é, em média, de R$ 200 por cada infração, como atraso, por exemplo. "Nós fazemos o controle. Temos fiscais em cada terminal e acompanhamos ainda pelo computador. Se o ônibus da empresa X tem que sair em determinado horário e não sai, já é multa", disse o coronel Adonias.

O vice-presidente do Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina), Marcelino Lopes, afirma que esses 62 veículos não têm condições de circular. "Muitas janelas foram arrancadas, vidros laterais e para-brisas foram quebrados. Então, não podem ir para a rua por questões de segurança no trânsito", afirmou.

Mas, de acordo com o coronel Adonias, os prejuízos não foram tão grandes. "Alguns estão com vidros da lateral quebrados, mas isso não impede que circulem. O Setut disse que não tem vidro em Teresina, que estão aguardando vir de fora. Mas só os ônibus que estão com os vidros da frente quebrados é que não podem rodar", ressaltou.

O Sintetro (Sindicato dos Trabalhores de Empresas de Transportes Rodoviários) também está vigilante, já que, com a retirada dos ônibus das ruas, alguns cobradores e motoristas ficam de braços cruzados e deixam de ganhar pela produtividade. 

Fonte: Portalodia