Publicada Quarta-Feira, 28/12/2011
Assustador
2011: Vinte e seis mulheres foram assassinadas no Piauí
A taxa de homicídios de mulheres no Estado chegou a 2,6 dentro de um grupo de 100 mil habitantes

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Ao todo, conforme cálculo da delegada Vilma Alves, titular da Delegacia de Proteção à Mulher, foram 26 mulheres piauienses assassinadas neste ano. Em 2010, segundo o Mapa da Violência 2012 - Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil, a taxa de homicídios de mulheres no Estado chegou a 2,6 dentro de um grupo de 100 mil habitantes. O índice coloca o Piauí em último lugar no ranking das violências contra mulheres.

Os números, segundo a delegada, refletem a cultura interiorana de machismo ainda praticada em todo o país. "O homem fala que a mulher é sua propriedade. Isso é errado, não existe", considera Vilma Alves. Em muitos dos casos, de acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgado em 2011, geralmente o agressor é o próprio marido, ex-marido, namorado ou companheiro da vítima frutos de brigas e desentendimentos.

Ainda segundo a pesquisa do CNM, a faixa etária mais afetada é a dos 20 a 29 anos, 30%. Depois, vêm às mulheres de 30 a 39 anos, as de 15 a 19 e as de 40 a 49 anos de idade.

Os números divulgados pela delegacia consideram apenas as mortes, não contabilizando as ameaças, discussões, lesões corporais com socos, pontapés ou quaisquer outros tipos de objetos e as constantes humilhações morais. "Na sexta passada [23] efetuamos a prisão de homem com 30 anos de idade. Foi encaminhado para a Casa de Custódia, mas prometeu que no dia que saísse da unidade, mataria a companheira que o denunciou por violência doméstica", relata Vilma Alves.

Álcool, ciúmes, drogas e o final do relacionamento são apontados como os principais motivos da violência contra mulheres. A única alternativa é a denúncia. De acordo com a delegada, para 2012 a delegacia planeja ações voltadas para uma mudança na conscientização. "A educação deve ser mudada. Estamos na época da informação.

A mulher é dona de sua consciência, não deve obedecer a ordens. Merece respeito", finaliza a delegada. O número 180 é a central de atendimento sobre violência contra a mulher oferecido pelo Governo Federal.

Fonte: 180graus