Publicada Quinta-feira, 14/05/2009
Lucros
Setor lojista admite que crise não atingiu comércio e vendas cresceram
São os próprios empresários do setor lojista que admitem, em seu informativo “Gazeta do Comércio”, do mês de abril de 2009, que o comércio local está imunizado ao que chamam de crise, concordando com as pesquisas do IBGE e com as observações do Sindicato de Trabalhadores do Comércio de Teresina.

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No editorial do informativo, sob o título “Imune ao pânico”, os empresários afirmam que “O comércio de Teresina opera sem sobressaltos. Não foi respingado pelos efeitos da débâcle da economia internacional no Brasil”.  Vai mais além, afirmando que as vendas vêm mantendo a regularidade e vem crescendo.

Os empresários confirmam ainda o crescimento nas vendas vem, em parte, das políticas públicas do governo federal, com o bolsa-família e a política de geração de renda. “Só na economia local, por mês, o bolsa-família injeta R$ 6 milhões”, diz o editorial.

Os trabalhadores do comércio de Teresina são a favor do crescimento do comércio local, sempre foram, porque defendem o desenvolvimento da cidade, com políticas públicas para a população, mas frisa muito bem que este crescimento nas vendas e nos lucros sejam também revertidos em condições dignas de salário e de trabalho para os comerciários e comerciárias, hoje com salários achatados, exploração na jornada de trabalho, sem plano de saúde, sem auxílio à educação.

Os trabalhadores e trabalhadoras têm direito a um salário digno e vida decente, como bem prioriza o slogam da campanha salarial da categoria comerciária deste ano.

Leia o editorial do Gazeta do Comércio, do mês de abril, entitulado “Imune ao pânico”:

 

Imune ao pânico


O comércio de Teresina opera sem sobres saltos. Não foi respingado por efeitos da débâcle da economia internacional no Brasil. Mantém regularidade nas vendas porque o mercado está bem ativo e crescendo. Esse crescimento, diga-se, é em parte creditado aos benefícios propiciados a milhares de famílias residentes nesta capital pelos programas oficiais de transferência direta e geração de renda. Significa que avultado número de pessoas, antes alijadas do acesso a determinados bens, agora podem prover algumas necessidades de consumo pela fruição da benesse do bolsa-família, mas também pelo resultado de trabalho estimulado. Só do bolsa-família são 56.892 pessoas que recebem a cada mês, e injetam na economia local, cerca de R$ 6 milhões. As informações positivas fornecidas às lojas pelo Serviço de Proteção ao Crédito no primeiro trimestre, indicam continuada ascensão das vendas, mês a mês, relativamente ao mesmo período do ano passado. Isto não chega a surpreender os lojistas. Desde o início do ano eles tomaram atitude proativa. Planejaram e executaram o estreitamento de relação com os clientes por meio da oferta de facilidades para as compras e recepção satisfatória.

Em conseqüência disto o setor mantém o nível de empregos, mas não está satisfeito. Quer ampliá-lo em pelo menos 8% até o final de 2009. E uma meta com razoáveis chances de ser alcançada. Outra, são investimentos nas instalações, principalmente nas fachadas. Dezenas de lojistas querem embelezar suas lojas depois que a revitalização do centro for concluida. Com isto pretendem oferecer mais conforto ao consumidor e chamá-los para fazer compras num ambiente bonito e acolhedor. Estas são ações que se contrapõem ao temor de eventuais dificuldades ditadas pela crise vinda de fora e que bateu às portas do Brasil. São ações que denotam otimismo, fundamental na atividade empresarial. Ser otimista é desprezar o pessimismo, da mesma forma que o bom humor disseminado por um tem o condão de eclipsar o mau humor de vários.

Nos negócios, mormente no comércio, incontáveis experiências atestam que comportamentos timoratos são improdutivos, bloqueiam iniciativas, provocam recuos, quando deveriam promover avanços.

Ao contrário, o comportamento audaz, mas responsável, não raro conduz a um objetivo reversor de malsinações. Em suma, o que se percebe na vivência prática é que, à semelhança do princípio alopático utilizado pela medicina, a antítese comportamental é um instrumento hábil de combate a efeitos indesejados. O Presidente Lula, que amealhou uma sapiência de vida que muitos “escolados” não possuem, concitou o empresariado a ser mais ousado. O Presidente entende que o país vive um momento ímpar de estabilidade política e sua economia, que está robusta (o país se propõe até a ser credor do FMI), precisa ser fortificada mais ainda pelas ações consistentes da iniciativa privada. Na mesma linha de pensamento o Presidente da Confederação das Associações Comerciais e

Empresariais do Brasil, Alencar Burti, estimulou com palavras o setor que congrega as filiadas da instituição a serem “mais audaciosos”. Por seu turno, o Presidente da Associação Comercial Piauiense, José Elias Tajra, disse que o comércio local está imunizado ao que chamam de crise por que segue construindo a cada dia uma barreira inviolável com a força do Trabalho.

Em outra alocução ao país, o Presidente Lula afirmou que metade da crise é feita de pânico. Novamente o Presidente raciocina com bom senso. Sim, o medo em si é um sentimento devastador. Quando extremado contamina mentes e corações. Oblitera o raciocínio prático, paralisa movimentos, inviabiliza iniciativas, remete o ser humano à condição de refém de si próprio.
Felizmente os comerciantes de Teresina, como bem disse o empresário José Elias Tajra, não sabem o que é ter medo. Talvez porque não encontrem tempo para senti-lo, posto que dedicam cada segundo do seu dia de trabalho a pensar elevado. Eis o motivo pelo qual estão implementando seus negócios mais do que o fizeram no ano anterior. E com perspectivas concretas de alcançarem metas ambiciosas até o término de 2009.