A minuta contendo as propostas da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho 2009/2010 foi entregue aos sindicatos patronais e à superintendente regional do trabalho no Piauí.
“Salário digno e vida decente”, slogan da campanha salarial deste ano, são o foco das propostas apresentadas ao setor patronal. A categoria comerciária entende que somente com um salário justo, suficiente para suprir as necessidades básicas de suas famílias, os trabalhadores terão uma vida decente.

Além do salário digno, a categoria entende que cidadania é ter acesso à educação, saúde, segurança, o que não vem acontecendo. Quase a totalidade da categoria não tem auxílio-educação e nem plano de saúde e são vítimas constantes de assaltos nas lojas e no trajeto do trabalho para casa. A jornada justa de trabalho é um dos pontos principais da negociação, pois a categoria tem sido massacrada com a abertura das lojas após o horário normal de expediente, inclusive aos sábados, sem o pagamento de horas extras.

Com faixas, cartazes, bandeiras e muito som, os trabalhadores e trabalhadoras do comércio distribuíram material informativo e botton da campanha salarial à população, parando em frente às grandes lojas do centro comercial, onde os sindicalistas denunciaram a exploração que a categoria é submetida, com jornadas de trabalho estressantes e baixos salários.

A categoria fez questão de fazer três paradas na avenida Frei Serafim, no centro da cidade, onde ficam localizados lojas das três grandes redes de supermercados que atuam em Teresina. No setor de supermercados se constata o maior grau de exploração dos trabalhadores e o maior volume de lucratividade.

Em frente à loja do Pão de Açúcar, o secretário de Organização da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS) e também secretário-geral do Sindicato dos Comerciários, Gilberto Paixão, informou que o supermercado foi obrigado pela Justiça do Trabalho a pagar quase um milhão de reais aos trabalhadores em virtude do não fornecimento do tíquete refeição, além de multa por desrespeitar a decisão judicial. Em outra ação movida pelo sindicato, o Pão de Açúcar pagou R$ 600 mil aos trabalhadores.

No Bom Preço, a categoria ocupou as escadarias de acesso à majestosa loja, chamando a atenção dos clientes e traseuntes. Gilberto Paixão denunciou que a rede nacional de supermercado é péssimo exemplo em Teresina, batendo recorde de descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho. O Comercial Carvalho, eleita pelos trabalhadores como a pior empresa, é a que mais responde a ações na Justiça do Trabalho por descumprimento da legislação trabalhista. “Chega a ser “nazista” o tratamento que o supermercado dá a seus trabalhadores. Os trabalhadores são ignorados, não são tratados como cidadãos” , disse Paixão.